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O Pacto Diabólico – Reverso do Pacto de Salvação, de Domingos Lucas Dias
12,00€15,00€Título O Pacto Diabólico – Reverso do Pacto de Salvação
Autor Domingos Lucas Dias
Colecção Heteróclita e guerra (coord. Rui de Azevedo Teixeira)
Formato 150 x 235 mm
Páginas 168 págs
Acabamento Capa mole
ISBN 978-989-53854-3-0
Ano 2022***
Sobre a obra
Posto perante uma dificuldade subjectivamente intransponível, qualquer que seja o seu estatuto, o ser humano tende a procurar recorrer a uma entidade ou instância superior a quem solicita auxílio. A resposta é em regra afirmativa, mas condicional. Atendida a condição, efectiva-se o favor. Esquematicamente é este o processo que conduz à assinatura do pacto com o diabo, ou de qualquer outro processo de corrupção do outro e venda de si mesmo. O pacto diabólico, especificamente, exclusivo de uma cultura com uma perspectiva salvífica, é por natureza um pacto segundo, que pressupõe e se constrói à imagem contrapolar do pacto divino. A estrutura do pacto diabólico não se reduz, no entanto, à criação de condições para a sua assinatura. Esse é apenas o primeiro quadro, que prepara a sua finalidade e intencionalidade. A assinatura do pacto significa uma queda. O amor e a misericórdia divinos (num contexto espiritual) ou o remorso (num contexto mais genérico) ao suscitarem o arrependimento no espírito do ser caído ou corrompido, desencadeiam um processo de regeneração que constitui o segundo quadro, o da vitória sobre o mal.
Tomando como modelo do pacto a legenda de Teófilo, Domingos Lucas Dias analisa as fontes (escriturísticas, hagiográficas e literárias) do tema, percorrendo sucessivamente a história de Protério e a lenda de Cipriano e Justina, a Vida de S. Frei Gil e o Doutor Fausto de Christopher Marlowe.
Esta é uma obra apaixonante que consegue agarrar-nos, com profundidade mas num estilo cristalino, através de um tema difícil mas de todos os séculos, imortalizado por Goethe e revisitado por Fernando Pessoa.***
Sobre o autor
Domingos Lucas Dias nasceu em Arcos, Montalegre, em 1941. Ingressou na Escola Claustral do Mosteiro de Singeverga (beneditino) em 1956. Em 1967, depois de estudos de filosofia e teologia, é incorporado em Mafra no curso de preparação de oficiais milicianos, passando depois para Santarém. Mobilizado em Dezembro desse mesmo ano, frequenta em Lamego o curso de operações especiais. Em Julho de 1968 parte para Moçambique. Retorna a Portugal em Setembro de 1970 e, depois de frequentar Direito, ingressa no curso de Filologia Clássica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, curso que conclui em 1976. Em 1994, após carreira no sector bancário, retoma e finaliza o mestrado iniciado nos anos 1980.
Em 1998 torna-se professor da Universidade Aberta e, de seguida, inicia a tradução das Metamorfoses de Ovídio, editada em edição bilingue, em dois volumes (2006 e 2008). Em 2017, a obra é editada no Brasil. A convite do reitor do Santuário de Fátima, realiza, em colaboração com Arnaldo do Espírito Santo, João Beato e Maria Cristina de Sousa Pimentel, a tradução do De Trinitate de Santo Agostinho, obra publicada em 2007, e que recebe o Prémio de Tradução da União Latina. Em 2011, é publicada a sua tradução da obra de Rodrigo de Castro, Medicus Politicus – O Médico Político. Em 2014 sai a público, pela Imprensa da Universidade de Coimbra, a sua tese de doutoramento, com edição crítica e fixação do texto latino, introdução, tradução e notas, do Apocalypsis Nova, do Beato Amadeu da Silva (1420-1482), conselheiro do papa Xisto IV. Em 2018, é dada a lume a sua tradução de dois opúsculos de Santo Agostinho, De Mendacio e Contra Mendacium. Em colaboração, publica também o Tratado sobre a Dor, de Filipe Montalto (1567-1616).