Categoria: Torre Gelada

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  • Criogenia de D. ou manifesto pelos prazeres perdidos, de Leonardo Valente

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    Título   Criogenia de D. ou manifesto pelos prazeres perdidos
    Autor   Leonardo Valente
    Colecção   Torre Gelada
    Prefácio   Pilar del Río
    Imagem da capa e ilustrações    Ismael Nery (1900-1934)
    Formato   150 x 210mm
    Páginas   132 págs
    Acabamento   capa mole
    ISBN 978-989-35148-2-5
    Ano    2023

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    SOBRE A OBRA

    criogenia de D. ou manifesto pelos prazeres perdidos é um texto que pode ser lido como um romance de muitos personagens ou de apenas um. Com uma narrativa plena de referências e de forte introspecção, a obra tem a capacidade de dissecar em profundidade a narradora (aqui e ali, também narrador) sem descrever o que tem de mais básico, ao mesmo tempo que vinca na sua personalidade algumas das grandes questões e dilemas do nosso tempo. Liberta de convenções textuais, a narrativa é contada também pelo próprio corpo físico do livro, na relação entre a palavra e a página, pelos espaços em branco e pelo tamanho das fontes, mas principalmente pelo grande risco, quer de tornar-se escrita quer de deixar-se envolver por ela.
    Tal como diz  a/o protagonista: repito com todas as letras que sou uma farsa, confiar no que escrevo é uma temeridade. confiar  na  escrita  é  um  exercício  insano. desnudar-me, na verdade, é tornar-me ilegível.
    Quarto livro do Leonardo Valente, esta obra conhece um sucesso enorme no Brasil. Encontrando-se traduzida em cinco países, foi igualmente adaptada para teatro.

    Leonardo Valente falando sobre o livro com Tadeu Rodrigues, no Podcast Rabiscos
    Leonardo Cazes (jornalista) à conversa com a escritora Maria Valéria Rezende e o autor, a propósito deste livro
    Entrevista de Leonardo Valente à professora universitária, escritora e jornalista cultural Regina Zappa

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    SOBRE O AUTOR

    Leonardo Valente nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 1974. Tem quatro romances publicados: Apoteose (2018), O beijo da Pombagira (2019), finalista do Prémio Rio de Literatura, Calote (2020), criogenia de D. ou o manifesto dos prazeres perdidos (2021), que alcança um sucesso estrondoso no Brasil e, já este ano, bem recentemente saiu relicário de cuspes. Em 2017, foi um dos vencedores do Prémio José de Alencar de melhor romance, da União Brasileira de Escritores, com um original ainda inédito. Foi um dos organizadores da coletânea Antifascistas (2020), que reuniu alguns dos mais importantes nomes da literatura lusófona, e tem textos ficcionais dispersos por diversas publicações. Jornalista e doutor em Ciência Política, é professor de Relações Internacionais da UFRJ.

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  • Mar Alto, Areal Presente, de Catarina Silva Nunes

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    Título   Mar Alto, Areal Presente
    Autor   Catarina Silva Nunes
    Colecção   Torre Gelada
    Imagem capa   Ma Yuan, 中文:水圖卷﹝局部  (O Rio Amarelo rompe seu curso)
    Formato   130 x 185 mm
    Páginas   40 págs
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2022

     

    ****

    Em muita da poesia que hoje se produz entre nós, há porventura lugar demasiado para aquela quase omnipresença do ‘sujeito poético’, as mais das vezes empapado do mais fortuito da sua desinteressante quotidianeidade, quando não já do indivíduo escritor que se interpõe, como uma espécie de filtro acríbico e auto-regulador, entre o texto e o leitor.
    Nada disso acontece na poesia Catarina Silva Nunes que, invocando “a força para andar /  na direcção que a […] ausência dita / pela estrada em que dançamos apartados / no abraço incerto dos gestos que nunca foram nomeados“, tem a certeza e, mais que a certeza, tem a fé, que é essa “a voz que dita a unidade do caminho / onde não [se] perde“.
    Este livro, segundo título da autora na área da poesia, afirma-a como uma voz cheia de identidade. A busca da autenticidade do viver e o lugar axial do sagrado no coração da vida são marcas impressivas desta poesia.
    Diz a autora, num dos textos da obra:

    Corri para ti por todos os caminhos.
    Muito antes de eu nascer o teu rosto procurava
    linhas rectas nós de entrega.

    E eu só te peço a força para andar
    na direcção que a tua ausência dita
    pela estrada em que dançamos apartados
    no abraço incerto dos gestos que nunca foram nomeados.

    ***

    CATARINA SILVA NUNES nasceu em Lisboa em 1976.
    Fez a sua formação académica em Antropologia e Ciências da Educação.
    É autora do livro de poesia O Amor e a Casa (2018) e de uma série de publicações na área das Ciências Sociais e Humanas.
    Escrever é um dos elementos que definem a sua identidade, naquilo que fica quando tudo passa.
    Num dos poemas deste livro lê-se: “Corri para ti por todos os caminhos.
    Talvez por isso – assevera – “quando eu morrer o mar perderá uma lapa / agarrada às rochas,” mas a sua voz não se perderá.

     

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  • As Reminiscências dos Pormenores, Ant. Mariano de Carvalho

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    Título   As Reminiscências dos Pormenores
    Autor   António Mariano de Carvalho
    Posfácio   Luís Filipe Pereira
    Colecção   Torre Gelada
    Imagem da capa   ‘Paysage Surréaliste’ (1938), de Valentine Hugo
    Formato   130 x 185 mm
    Páginas   68 págs
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2022

    ***

    Esta obra hospeda um con­junto de 39 poemas que nos dá a ler um caleidoscópio de broca­dos que tecerão a memória, o que confere uma dimensão fragmentária a esta escrita poé­tica. A fragmentação não é excludente da construção de um mapa temático — hete­róclito, todavia — cujo centro é a cidade e cuja periferia é a meditação sobre tropos-pormenores, tais como o amor, a perda, a incomunicabilidade, deus, entre ou­tros atractores emoti­vos e discursivos. Os poemas expõem, não raro, uma submersão nos pormenores que fertilizam, em sua vigi­lante cintilação, a concretude do vivido. O autor concebe a poesia como ofício de recapitulação dos instantes, plasmados em pormenores fragmentários, inevitavelmente efémeros, amparados no seu enlace com a memória, transmudando a atenção aos pormenores o labor de re-significação do aparente­mente insignifi­cante, do prosaico.
    [Do Posfácio de Luís Filipe Pereira]

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  • Daimon-O vislumbre do espírito feérico, de João Henrique Alvim

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    Título    Daimon – O Vislumbre do Espírito Feérico
    Autor   João Henrique Alvim
    Colecção   Torre Gelada
    Imagem capa   Ferruccio Nobile
    Formato   120 x 185 mm
    Páginas   44 págs
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2022

    É a poesia, para o autor deste livro, “um acto que jorra directamente do inconsciente, de um estado de transe que nos transporta para realidades paralelas onde as fronteiras entre sonho e realidade se diluem”.
    Com nítido propósito a obra recebe o título “Daimon” (em grego δαίμων, daimon, o “espírito”, o “génio” pessoal). Numa alternância entre o majestoso e a simplicidade nua e florida da palavra, os textos que a integram bem podem ser designados “poemas-sortilégio”, “poemas-encantamento”, capazes de transformar a realidade, tornando-a maleável a um ponto tal que deixa de haver conflito entre mundo pessoal (onírico) e mundo terreno, criação este de um Demiurgo que mais não fez senão aprisionar nele o espírito intemporal e divino que habita o homem.
    Neste livro, o poema quer-se metafísico, ritualista, punhal aniquilante da razão, e do mero sentido utilitário e escravizante. Numa palavra: um instrumento-arma, ao serviço de uma visão do mundo que se almeja mais perfeita e harmoniosa.

    Personalidade discretíssima, nesta sua obra de estreia, João Henrique Alvim achou por bem e por bastante inscrever a seu respeito no livro tão-só o seguinte texto que surge em pórtico:

    “A palavra é a extensão da minha alma aprisionada,
    o instrumento de dissolução do real, na antecâmara dos mistérios
    onde sondo a treva para melhor resgatar a luz remanescente.”

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  • Borboleta, borboleta – Sonhos de A., de Adriana Crespo (últimos exemplares)

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    Título   Borboleta, Borboleta – Sonhos de A.
    Autor   Adriana Crespo
    Colecção    Torre Gelada
    Formato   150 x 210 mm
    Páginas    100 págs.
    ISBN   978-989-54825-8-0
    Acabamento    Capa mole
    Ano    2021

    Preço   14,00€

     

    Quase duas décadas depois do seu livro de estreia, Divertimento de A. (2003), e de uma obra publicada constituída por seis títulos que tornam patente quão consciente do seu caminho estava a escritora desde início, Adriana Crespo regressa aos sonhos como matéria de imaginação criadora, ficção do real e verdade do vivido.

    O que são sonhos?
    Como escreve A., espécie de monge, jardineiro, sombra e, acima de tudo, escritor de sonhos, não existem muitos caçadores de sonhos na sociedade actual.
    Que força paradoxal tem um corpo que, dormindo, produz em vivo e com igual ou maior intensidade que a do dia-a-dia sensações, sons, cores, espaços, visões e enredos?
    Podem ser inúmeras as nossas teorias e hipóteses de explicação. Mecanicistas, biológicas, filosóficas, niilistas ou outras. Mas nenhuma elidirá um facto. No sonho, o pensamento pensa. Qualquer coisa de infinito aqui.

    Quem era A.?
    Um coleccionador de brinquedos dos anos 10, estilo Art Nouveau, e de caixas de música. Aliás, um apaixonado por todos os brinquedos alguma vez feitos imaginados, fossem eles comboios de corda, soldadinhos de chumbo, carrosséis, ou corações de poetas. Um sincero admirador de todas as artes, fascinado e sombrio, introvertido e anti-social até ao exagero, sempre silencioso e taciturno. Uma espécie de monge, de jardineiro, uma sombra. Álcool evaporado diante da beleza, fosse um quadro de Mondrian ou uma nuvem deslizando no céu, saltitante e pequeno, estranho escritor dos seus próprios sonhos, colector dos escritos dos outros, esse era A., não interessa se homem se mulher, uma enigmática figura para sempre apaixonada pelo invisível brilho dos sons, quer da música, quer das palavras, e, segundo ele próprio, simplesmente A., porque uma única letra, acompanhada por um ponto, representava já um excesso em falar de si.
    (A.C.A.C.C., 2003, Notas sobre A.)

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  • Em Natureza Enternecido, de João Casteleiro

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    Título   Em Natureza Enternecido
    Autor   João Casteleiro
    Colecção   Torre Gelada
    Imagem capa    “La Llamada” (1961), de Remedios Varo
    Formato   120 x 185 mm
    Páginas   48 págs
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2022

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    SOBRE A OBRA
    Esta não é uma obra fruto de mera produção literária. Há neste livro de João Casteleiro todo um percurso — estranho ao cálculo ou à premeditação, logo, não despiciendo —, entre o poema inicial, mote para o desenvolvimento da obra, consagrando a união e harmonia entre a dimensão humana e a natural, e o texto final, com a alma em ataraxia, num estado extremo em que se confundem o sentimento de indiferença e a ausência total de emoção e atribulações na psique.
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    SOBRE O AUTOR
    João Casteleiro (Guimarães, 1999) teve dois encontros com a morte, uma vez que sobreviveu aos atentados terroristas de Bruxelas e de Estocolmo.
    Cursa Multimédia da Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto. Os seus interesses vão desde as artes plásticas à literatura, da música ao cinema, e à fotografia, a que se dedica.
    Entre os autores que marcaram a sua escrita e visão do mundo destaca Dostoievski, Knut Hamsun, Neruda, Herberto Helder, Al Berto, Fernando Pessoa e Baudelaire.
    É membro-fundador da associação cultural, O Alarido, que proporciona oferta cultural na região do Vale do Ave, onde reside. Entre vários outros projectos realizados, incluiu-se o Festival Colossal, de música alternativa.

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  • Transolitariano, de Vitor Vicente

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    Título   Transolitariano
    Autor   Vitor Vicente
    Colecção    Torre Gelada
    Formato  15 x 21 cm
    Páginas    72
    ISBN 978-989-54825-7-3
    Acabamento   Capa mole
    Ano    2021

    Preço   12,00€

     

    Na sequência de «O Apeadeiro» (2017) e «Alfândega» (2019), obras editadas na Sem Nome, Vitor Vicente mantém-se fiel ao seu selo identitário de escritor:  a viagem — a segunda natureza do escritor. Patente em toda a sua obra, e também neste décimo título do autor. Trânsito espiritual de um viajante no comboio Transiberiano. Outro andamento. O interior em movimento.

     

    O AUTOR

    Vitor Vicente (1983)
    Nasceu em Portugal e desde 2006 tem vivido entre Espanha, Irlanda, Polónia e Hungria, residindo atualmente em Cork.

     

    A OBRA

    Publicou livros de vários géneros literários, sendo o tema da viagem transversal a toda a sua obra.

    Sonetos nem sempre Silesianos, 2016 (Poesia)

    O Apeadeiro, 2017 (Teatro)

    Avião de Papel, 2018 (Contos)

    A Alfândega, 2019  (Ficção)

    Israel, Jezebel, 2019 (Memórias)

    Ambulatório, 2019  (Poesia)

    Bravo, Brasil, 2020  (Memórias)

    Fúria de Viajar, 2021 (Memórias)

    Sobre Vivências em Barcelona, 2021  (Memórias)

    Transolitariano, 2021  (Memórias)

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  • Refracções seguido de A Morte Inédita, Jorge Maximino

    0 out of 5
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    Título   Refracções seguido de A Morte Inédita
    Autor   Jorge Augusto Maximino
    Colecção   Torre Gelada
    Formato   13 x 20 cm
    Nº páginas   72 págs.
    Acabamento   capa mole
    ISBN   978-989-54825-3-5
    Ano   2021

    Preço   14,00€

    Sobre a obra

    Porventura mais conhecido como ensaísta (é monumental a sua tese de doutoramento sobre António Ramos Rosa, defendida na Sorbonne), Jorge Maximino é uma voz singular, com uma escrita “cada vez mais suspens[a] dos dias” — tal como se diz num dos poemas deste livro. A sua pictórica  tem-se apresentado, diríamos, “impressionista” das emoções não fora tal designação remeter para um referencial que, não sendo impreciso, seria todavia enganador. Nas próprias palavras do poeta, esta poesia enuncia-se “entre enredos de parcas palavras”, num quase “regresso austero ao puro silêncio”. Talvez na busca daquele “ abrigo de penumbra” que se “adensa no mistério”.
    Como diz Lilian Jacoto, professora na Universidade de São Paulo, no posfácio a esta obra: Tenho para mim que esse dom que excede o facto (a memória e a lógica do real) seja o fio condutor destes poemas.  No tempo excessivo da saudade, em que passado e futuro se amalgamam. O outrora agora do poeta — é olhar que, com a mesma intensidade, delira e estranha o Acontecimento. Escrever é o gesto de outra mais funda abertura que viola as interdições do logos, como olhar imóvel de regresso a uma infância de paisagens criadas — uma “deambulação da criança que nunca acaba de nascer”.

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    Sobre o autor

    Jorge Augusto Maximino é escritor, professor universitário e investigador, com doutoramento em Estudos Portugueses pela Universidade de Paris-Sorbonne. Foi investigador e docente na Universidade de Pádua-Cátedra Manuel Alegre, entre 2017 e 2019. Investigador (Clepul e Ielt, UNL), na área da literatura, estética e teoria da cultura, tem orientado o seu trabalho para as problemáticas do tempo. Assinou a programação e coordenação de projectos internacionais como Portugal e a Europa (Paris, 1994), numa parceria com o Centro Georges Pompidou, o Festival do Imaginário (1996-1999), com o Ministério da Cultura e a Fundação Calouste Gulbenkian, a Bienal Internacional do Douro, a Mostra de Arte Contemporânea do Côa. Ė fundador e director do Festival de Poesia de V.N. de Foz Côa e da Revista Lusografias, da qual foi editor (2005-2006), e o coordenador científico do Ciclo de Conferências internacionais A Europa  dos  Escritores, que  se realiza na Biblioteca Eduardo Lourenço desde 2019. É autor de um livro de contos e de vários livros de poesia. Foi responsável pela edição e organização de várias antologias de poesia, das quais se destaca uma publicação bilingue editada em Paris, em colaboração com Nuno Júdice e Pierre Rivasl.

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  • Alma de Rapariga-Diário de F. de Riverday, Adriana Crespo

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    16,00 20,00

    Título    Alma de Rapariga – Diário de F. de Riverday (1980-81)
    Autor   Adriana Crespo
    Colecção   Torre Gelada  | 15
    Formato  13,5 x 21 cm
    Páginas  164 págs.
    Imagem da capa  Adriana Crespo, desenho a grafite s/ papel, 2019
    Ilustrações   23 desenhos da autora impressos sobre papel vegetal
    Projecto e direcção de arte  Luiz Pires dos Reys
    Assistência de produção   Xénia Pereira
    Ano   2019
    Acabamento   Capa mole, com sobre-capa impressa a cores sobre papel vegetal.

    Preço  20,00€

    Um novo livro de Adriana Crespo. Ou melhor: um novo elo na “saga vital e amorosa”(palavras da autora) que, desde 1991, constitui o que a escritora, desde início, designa Divertimento de A., substantivo que deve ser entendido também musicalmente: como género, como fio condutor, como variedade, como unidade plural. Unidade multivária de autores e de personagens mútuos dos livros uns dos outros, na sempre surpreendente e fascinante Aventurosa vida e fabulosas obras de F. de Riverday, Maria do Mar, Françoise M., Orlando I, António Pizarro e Artur B.

    Como a própria autora o diz: Há escritores que escrevem poesia, outros prosa, outros teatro. Outros escrevem coisas que são difíceis de qualificar. Talvez de milénio em milénio se produza o acontecimento ou o dia triunfal que permita criar um novo género — a arma adequada a um novo instinto poético e a força própria de uma acção particular. A cada instinto uma força — a cada força uma linha de fuga.

    Escrita numa peculiar forma de diário, a obra não chega a abranger o período de um ano completo. Talvez, quem sabe, para dizer-nos que a vida raramente (ou nunca) chega a ser completa e plena, sendo quase sempre apenas forçada a tornar-se completada pela morte, seja ela escolhida ou acolhida.

    1. de Riverday começa por fugir de casa. Depois, acaba por, na demanda de si, fugir até de si mesma. As perguntas que, em certo passo do livro, faz a si própria, fá-las também a nós, leitores:

    Rio!…
    Espaço liso de velocidades livres.
    Fluxo incandescente – rio de ouro, rio de prata líquida, rio de estrelas brilhantes e de água infinita sem destino, que em espirais se lança num espaço por fazer.
    Não se sabe nunca por onde vai a água nos trajectos mínimos que escapam aos grandes.
    Quem eras tu quando nasceste, corpo de água em que a minha alma navega?
    Quem era eu quando nasci?
    Quem estava aí, nesse corpo tão pequeno quando irrompeu de outro corpo, e nesses opacos olhos abertos, gritos mudos de haver alma?…
    Quantas ínfimas gotas de água, e depois, quantos rios se juntaram a ti, para te formar?…
    E quem te habitará, quando morreres, quem estará aí para te ver finalmente chegar, ó grande mar?…
    Quem será aquele que terá olhos para olhar nos olhos a grande morte dos traçados singulares, o mar imenso com extensão de sinfonia?…
    Já não serás o rio, serás só o mar.

    Talvez seja esta a sublime mediatriz das asas deste livro de Adriana Crespo.

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    Levedura – A Trilogia do Silêncio (2ªEd.) João Rasteiro

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    Título   Levedura – A Trilogia do Silêncio (2ª edição revista)
    Autor   João Rasteiro
    Colecção   Torre Gelada
    Edição   2ª edição (revista e acrescentada)
    Páginas   120 págs.
    Formato   14 x 19 cm
    Imagem da capa    Pere Salinas (‘De la serie “… per un vers teu” ‘)
    Fotografia do autor (créditos)   Carl Blomberg
    Acabamento  Capa mole
    Ano   2019

    Preço   14,00€

     

    Nesta 2ª edição foi acrescentado um texto crítico de Fernando de Castro Branco na Marginália, secção onde figuravam já textos de José Manuel de Vasconcelos, Rita Taborda Duarte, Maria Irene Ramalho e Fernando Guimarães.

     

    Sobre o livro:

    Maria Irene Ramalho:
    Todo o poeta lírico na cultura ocidental, sempre cativa do belo mito da originalidade, se re-imagina um desvio: do mundo, da vida, da norma, do saber, do sagrado, da língua, da tradição. E da própria poesia, como a melhor forma de a celebrar – à poesia. João Rasteiro não é excepção. […] A poesia de João Rasteiro demonstra, aliás, claramente aquilo que eu tenho vindo a dizer há muito tempo: a poesia escreve-se na po­esia. Poderíamos até dizer que cada vez mais a poesia “recicla” o poético.

    Rita Taborda Duarte:
    O que parece sobressair nestes poemas, como sua reiteração sucessiva, é a própria lingua­gem, a própria escrita — que resiste, por si mesma, fazendo-se tom, mais do que tema — como um espaço de memória contra a doença. […] João Rasteiro caminha por um trilho que tem sido sempre o seu; um percurso que se constrói so­bre a memória poética, por vezes recuperando-a pela citação, por outras rasurando-a num braço de ferro irónico com essa mesma herança cultural que nos molda e informa.

    Fernando Guimarães:
    Há aqui o que se poderia entender como um encontro ou sobreposição de contrários, como se, ar­rastadas rapidamente pelas imagens, ficassem “as mãos ungidas na corrente da goiva,/ a penumbra e a claridade/ a nudez, a vindoura coagulação”. Seja como for, institui-se neste[s] poema[s] uma espécie de anti-evan­gelho, onde se deflui, imageticamente, para uma dispersão verbal, para um encontro das “nascentes exorbitadas das perplexidades” que algo tem a ver com uma libertação surrealizante ou, até, abjec­cionista, como se assim encontrássemos o “esplêndido cântaro de purulência”.

    José Manuel de Vasconcelos:
    No ciclo de poemas que constitui este livro, fala-se para um tu que cada vez mais é opacidade, que não pode compreender que está ainda na vida e está já separado dela, sobre o qual vai descendo uma cortina de incompreensão que, pouco a pouco, transforma em mera face o que foi um rosto vivo: «A noite vem-te de dentro e és agora a perversa encenação divina», lê-se num dos versos mais amargos e perturbantes deste livro.

    Fernando de Castro Branco:
    Este não é um livro triste ou desesperado, antes um livro meditativo, melancólico, estóico, que assenta na efemeridade humana, que a palavra poética procura, sempre inconsequentemente, reverter. Age nesse lugar indiviso entre a racionalidade e a demência, o real e o onírico, o concreto e o abstracto. O eco dialogal, coloquial, mas refinadamente esteticista, de António Nobre parece repercutir em expressões perpassadas por afectividade e poesia, construindo uma sugestiva dicção híbrida.

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    Levedura – A Trilogia do Silêncio, João Rasteiro

    0 out of 5
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    14,00

    Título   Levedura – A Trilogia do Silêncio (2ª edição revista)
    Autor   João Rasteiro
    Colecção   Torre Gelada
    Edição   2ª edição (revista e acrescentada)
    Páginas   120 págs.
    Formato   14 x 19 cm
    Imagem da capa    Pere Salinas (‘De la serie “… per un vers teu” ‘)
    Fotografia do autor (créditos)   Carl Blomberg
    Acabamento  Capa mole
    Ano   2019

    Preço   14,00€

     

    Nesta 2ª edição foi acrescentado um texto crítico de Fernando de Castro Branco na Marginália, secção onde figuravam já textos de José Manuel de Vasconcelos, Rita Taborda Duarte, Maria Irene Ramalho e Fernando Guimarães.

     

    Sobre o livro:

    Maria Irene Ramalho:
    Todo o poeta lírico na cultura ocidental, sempre cativa do belo mito da originalidade, se re-imagina um desvio: do mundo, da vida, da norma, do saber, do sagrado, da língua, da tradição. E da própria poesia, como a melhor forma de a celebrar – à poesia. João Rasteiro não é excepção. […] A poesia de João Rasteiro demonstra, aliás, claramente aquilo que eu tenho vindo a dizer há muito tempo: a poesia escreve-se na po­esia. Poderíamos até dizer que cada vez mais a poesia “recicla” o poético.

    Rita Taborda Duarte:
    O que parece sobressair nestes poemas, como sua reiteração sucessiva, é a própria lingua­gem, a própria escrita — que resiste, por si mesma, fazendo-se tom, mais do que tema — como um espaço de memória contra a doença. […] João Rasteiro caminha por um trilho que tem sido sempre o seu; um percurso que se constrói so­bre a memória poética, por vezes recuperando-a pela citação, por outras rasurando-a num braço de ferro irónico com essa mesma herança cultural que nos molda e informa.

    Fernando Guimarães:
    Há aqui o que se poderia entender como um encontro ou sobreposição de contrários, como se, ar­rastadas rapidamente pelas imagens, ficassem “as mãos ungidas na corrente da goiva,/ a penumbra e a claridade/ a nudez, a vindoura coagulação”. Seja como for, institui-se neste[s] poema[s] uma espécie de anti-evan­gelho, onde se deflui, imageticamente, para uma dispersão verbal, para um encontro das “nascentes exorbitadas das perplexidades” que algo tem a ver com uma libertação surrealizante ou, até, abjec­cionista, como se assim encontrássemos o “esplêndido cântaro de purulência”.

    José Manuel de Vasconcelos:
    No ciclo de poemas que constitui este livro, fala-se para um tu que cada vez mais é opacidade, que não pode compreender que está ainda na vida e está já separado dela, sobre o qual vai descendo uma cortina de incompreensão que, pouco a pouco, transforma em mera face o que foi um rosto vivo: «A noite vem-te de dentro e és agora a perversa encenação divina», lê-se num dos versos mais amargos e perturbantes deste livro.

    Fernando de Castro Branco:
    Este não é um livro triste ou desesperado, antes um livro meditativo, melancólico, estóico, que assenta na efemeridade humana, que a palavra poética procura, sempre inconsequentemente, reverter. Age nesse lugar indiviso entre a racionalidade e a demência, o real e o onírico, o concreto e o abstracto. O eco dialogal, coloquial, mas refinadamente esteticista, de António Nobre parece repercutir em expressões perpassadas por afectividade e poesia, construindo uma sugestiva dicção híbrida.

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    A Alfândega, de Vitor Vicente

    0 out of 5
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    8,00

    Título   A Alfândega
    Autor   Vitor Vicente
    Páginas   72 págs.
    Formato   14 x 19 cm
    Imagem da capa   Fotografia aérea da fronteira EUA/México
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2019

    Preço   8,00€

     

    Conforme se viva períodos de prosperidade ou de crise, os migrantes ora são bem-vindos ora indesejados em países ricos. Seja em razão de desemprego no seu país de origem, seja por motivos mais terríveis, como a guerra ou o genocídio, as situações que podem ter de enfrentar aqueles que tentam a sua sorte num país que não é o seu podem ser as mais inesperadas, ou até as mais inexplicáveis e intrigantes. Tendo como pano de fundo as belas ‘metáforas’ — quase se poderia chamar-lhes arquétipos económicos — de ’Países Míseros’, ‘Países Prósperos’ e ‘País do Ouro’, Vitor Vicente urde nesta obra uma singular alegoria moderna no ambiente fechado de uma alfândega. Ponto de fímbria e de transição entre duas realidades-país que mutuamente se filtram, conforme se sai ou se entra nelas, uma alfândega é sempre um local de alguma tensão e desconforto. Com uma fluidez exemplar, o narrador passa-nos praticamente despercebido, ao longo de todo o livro. Em A Alfândega, a acção, constringida no espaço e condensada no tempo — ela decorre em pouco mais de um par de dias —, dá à leitura desta obra uma estranha tensão entre o desconforto e irrespirabilidade levada pelo autor ao extremo na intriga quase alucinante dos quadros e, do mesmo passo, a impossibilidade de suspender a leitura, que rapidamente nos agarra ao livro, quase de um só fôlego.
    Só lendo.

     

    *** * ***

     

    O AUTOR

    VITOR VICENTE (1983).
    Desde 2006 tem vivido entre Espanha, Irlanda, Polónia e Hungria, residindo actualmente em Budapeste.
    Foi o editor da chancela Canto Escuro, em cujo catálogo publicou autores como José Emílio-Nelson, Mário de Oliveira, m. parissy, Nuno Rebocho, Fernando Esteves Pinto, Antonio Martínez i Ferrer, Catarina Vadnov e Pedro Brodnik.
    Autor de quase uma dezena de obras, nos últimos anos publicou ‘Sonetos nem sempre Silesianos’ (2016), ‘O Apeadeiro’ (2017) e ‘Avião de Papel’ (2018).

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    Há Ténues Sinais de Cristal nos Espelhos, Leonora Rosado

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    14,00

    Título   Há ténues sinais de cristal nos espelhos
    Autor   Leonora Rosado
    Imagem da capa  “La Grande Guerre” (1961), de René Magritte
    Formato   13 x 18,5 cm
    Páginas   84 págs
    Extratextos   Um desenho de Leonora Rosado e duas fotografias (colecção da autora).
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2019

    Preço   14,00€

    Esta é a décima primeira obra de Leonora Rosado — que se estreou em 2012 com a obra Dias Horizontais, Noites Assim. Voz singular,  tem vindo a afirmar-se discretamente, longe dos holofotes da crítica e dos festivais literários de auto-promoção e de certa pequena vaidade. Dotada de uma opulentíssima e fremitante oficina de linguagem, Leonora Rosado confere a estes seus textos uma tão intensa pulsão lírica que momentos há em que a apreensão de sentido do texto é, dir-se-ia, anterior à própria leitura das palavras que o constituem. Tal como no canto das aves ou no belcanto das divas, a superabundância de beleza em que as palavras neste livro se derramam, perante o quase indefeso leitor, na intensa cintilação vibrátil da sua matéria poética, fazem da autora uma voz já impossível de desatender.
    À pergunta de todas as perguntas, pergunta de todas as épocas — “de que serve um poema?” — responde-se neste livro: “De que serve um poema? Sinto na leveza dos versos um sombrio murmúrio que me detém. O seu peso é a carne do seu esqueleto; os seus músculos, a pele do seu âmago que me deixa perplexa e interrogada. O poema faz com que o tempo se perca no seu caminho, se distancie precisamente desse vínculo, se afaste do seu espaço cronológico e viaje. Há palavras com sede de Tântalo e dedos de lâmina, palavras urgentes como o próprio ar que se respira. Será a escrita um voo? Se sim, espero não pousar aqui ou ali. Espero submergir nessas asas negras que são as palavras.” (pág. 66)

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  • Equinócio, de Alexandre Valinho Gigas

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    Título   Equinócio
    Autor   Alexandre Valinho Gigas
    Colecção   Torre Gelada | 16
    Formato   13,5 x 21 cm
    Nº páginas   48
    Imagem da capa   Higangana, flor do equinócio.
    Acabamento   Capa mole
    Ano   2019

    Preço    10,00€

    [A edição da obra foi apoiada por Linha de Fuga – Associação Cultural]

    Do livro:

    “É o deserto que nos pede uma entrega sacrificial às miragens, ao rumo aleatório na aragem e no espaço.
    Uma paisagem ora quente, que expande os corpos; ora fria, que nos encolhe, pela escala do que nos rodeia, à ínfima partícula de matéria.
    A suprema solidão do espaço mais vasto – dentro de nós. Nenhuma imensidão que se nos ofereça preencherá os vazios criados pelos acidentes anteriores.
    É importante caminhar. Tornarmo-nos quase só alma, entre a matéria e a metafísica, a levitar sobre a geografia.
    À noite, erguermo-nos contra a escuridão, rumo às estrelas, procurando o rumo fixo que nos oferecerá a sobrevivência. As constelações, arcos de luz, portas para o futuro.
    A morte é certa e o que importa é o desenho do trilho.

    [Texto inicial do livro, com o título “Prefácio .0.” ]

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    Azul e Vermelho (Odes de Maria do Mar), Adriana Crespo

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    Título   Azul e Vermelho (Odes de Maria do Mar)
    Autor   Adriana Crespo
    Colecção   Torre Gelada
    Formato   130 x 185 mm
    Nº Páginas   68 páginas
    Acabamento   capa mole
    Preço    12,00€

    SOBRE A OBRA:

    Pedra sobre pedra. Passo sobre passo. Sonho sobre sonho. Como extrair tantas camadas, limpar tantos estratos e tantos pequenos eus acumulados? Como chegar a essa verdade, à verdade total que nos habita?

    O inconsciente é como uma central nuclear. Temos de entrar armados — e arriscamos a vida. O pensamento estoira como um infinito. E o que se pode sentir do que há para sentir é sempre como uma franja, uma franja tremenda a partir da qual todo o corpo se desagrega — e que nos faz fugir a alma pelos cabelos ou pelas pontas obscuras dos pés. Onde iremos nós arranjar a visão, a lucidez, as forças e a liberdade com que olhar exactamente nas coisas e em nós o que nelas e em nós haja de exacto ou rigoroso?

    Morremos nós e ficam as coisas. — repetia Maria do Mar. — Um dia, nem sequer as coisas. Ruem os tectos. Partem-se os pratos. Até para a árvore que vive cinco mil anos a morte há-de chegar. E virá o dia em que o último descendente de cada espécie sucumbirá. Não sobrará ninguém para ler os livros de ninguém, nem haverá ouvidos para as Cantatas de Bach. E nem o planeta girará eternamente em torno do sol, nem as estrelas serão sempre as mesmas no mesmo céu. Nada é fixo. Nada ficará.

    António Pizarro

     

    “Adriana Crespo continua a ser um dos segredos mais bem guardados da literatura portuguesa contemporânea. Longe dos holofotes, a sua obra cresce com a lentidão das coisas necessárias”.

    José Mário Silva (jornal “Expresso”)

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    Ávida Vida (série normal), de Risoleta C. Pinto Pedro

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    12,00

    Título  Ávida Vida
    Autor   Risoleta Conceição Pinto Pedro
    Descrição   Quarenta e cinco poemas de Risoleta
    33 desenhos de Ana Margarida Battaglia
    Imagem da capa   Ana Margarida Battaglia
    Projecto gráfico   Luiz Pires dos Reys
    Formato   130 x 185 mm
    Acabamento   capa mole
    Ano  2018
    Preço  12,00€

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