Categoria: Monte Côncavo

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    Nessa morada como num bosque o vento, de Jorge Velhote

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    Título   Nessa morada como num bosque o vento
    Autor   Jorge Velhote
    Formato  20 x 20 cm (badanas de 19 cm)
    Páginas  48 páginas
    Papel   120 g
    Ilustrações   Seis fotografias de Jorge Velhote
    Acabamento  Capa mole
    Data de publicação   2 de Maio de 2024

    ***

    Poeta com quatro décadas bem contadas de actividade literária, fotógrafo de reconhecidos méritos entre os seus pares, Jorge Velhote surge neste livro conjugando, uma vez mais, as duas linguagens da sua eleição. Fá-lo, como tem vindo a fazer, com magistral domínio dos materiais recíprocos destes dois esteios do seu laborioso processo criador.
    Tal como diz um dos textos deste livro: Com as palavras aprendemos a restaurar o silêncio, a espalhar nas dunas sementes, a olhar o mar. […] Aprendemos a respirar com a fragilidade das sombras e das neblinas, com o destino invisível da luz. Um pressentimento é tudo o que alcanças e o suor o que recebes.
    Nas intersticiais veredas, pois, deste seu permanente dialogar com a realidade e a imaginação, fermentadas na enseada em que se encontram a luz e o silêncio, a sombra e a palavra (“num labirinto a luz estabelece os seus meandros“), podemos dizer que o poeta fotografa ali onde o fotógrafo revela a poesia que emerge deste modo ambívio de olhar. E inversamente pois não há um primeiro que o outro.
    Ambos os olhares, o do poeta e o do fotógrafo, coexistem em Jorge Velhote como uma espécie de asa única que é só sua, asa apenas duplicada para que melhor possamos nós aceder à sua máquina de relâmpagos (2005) no longo mapear da luz plural (2015) que habita as coisas mínimas e outras coisas (2017)  e que, navegando naquele atrito de gotas (1982) que revela os sinais próximos da certeza (1983), nos permite ir ao âmago (2018) do invisível interminável (2018) e assim desembocarmos agora, na anteplenitude desta discreta mas decisiva viagem sua (e nossa), “nessa morada [em que] como num bosque o vento, procura[mo]s um lugar para os olhos” .
    Como alguém que já viu a penumbra das palavras e também a da vida, que já escutou o silêncio das coisas ali onde elas no seu limite bordam, delicada e decisivamente, o que conjuga o mistério de havê-las com o sentido de estarmos aqui, Jorge Velhote dá-nos, com este seu livro, não apenas um testemunho (uma vez mais, impressivo) do seu labor de dupla asa, mas sobremaneira deposita em quem o lê um marco seguramente miliário numa travessia bem pilotada através dos anos no caminho da vida.

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